Uma revolução silenciosa acaba de acontecer nos centros cirúrgicos: pela primeira vez na história, um robô realizou uma cirurgia totalmente sozinho,
sem intervenção humana. A operação de remoção da vesícula biliar foi conduzida com sucesso pela inteligência artificial na Universidade Johns Hopkins,
nos Estados Unidos, e promete transformar radicalmente a medicina moderna.

O nascimento da cirurgia autônoma

O responsável pelo feito é o sistema SRT-H, um robô cirúrgico de última geração treinado com base em modelos de aprendizado de máquina, semelhantes à tecnologia que impulsiona plataformas como o ChatGPT. O diferencial do SRT-H é sua capacidade de decisão e adaptação em tempo real, o que o torna apto a operar com precisão em cenários clínicos imprevisíveis.

A técnica utilizada foi a colecistectomia, um procedimento comum de remoção da vesícula, realizada em tecidos humanos reais (fora do corpo). Durante os testes, o robô atuou com extrema precisão, mesmo diante de obstáculos simulados — como alteração na coloração
dos tecidos e mudanças inesperadas no cenário cirúrgico.

O treinamento do robô cirurgião

Antes de atuar de forma autônoma, o SRT-H passou por uma longa etapa de treinamento. Em 2023, a equipe de pesquisadores ensinou o sistema a costurar tecidos, manipular instrumentos cirúrgicos e reconhecer padrões anatômicos. Ele também assistiu a horas de vídeos de cirurgias humanas reais, com legendas
explicativas e anotações para interpretação dos procedimentos.

Mais do que isso, o robô foi submetido a simulações de emergência, com comandos de voz humanos ao vivo, como "mova o braço esquerdo para a esquerda", testando sua resposta imediata a imprevistos. A reação foi precisa e segura —
algo essencial em cenários clínicos reais.

A inteligência que aprende com erros

Segundo os pesquisadores, o SRT-H não apenas executa comandos: ele aprende com cada procedimento, ajustando sua performance de acordo com as variações
anatômicas e desafios da operação. “Esse é o início de robôs realmente conscientes do que estão fazendo”, afirmou Axel Krieger, um dos criadores do projeto.

A evolução é significativa quando comparada à geração anterior, o robô STAR, que em 2021 havia realizado uma cirurgia laparoscópica em um porco. Diferente
do STAR, que seguia um roteiro fixo, o novo sistema é capaz de reagir a qualquer imprevisto com inteligência adaptativa, como um motorista que aprende a dirigir em diferentes
tipos de estrada e clima.

Resultados promissores para o futuro

Mesmo com tempo de execução maior que o de cirurgiões humanos, o desempenho do SRT-H impressionou. Todos os testes foram concluídos com sucesso, sem danos aos tecidos operados, validando o potencial da tecnologia para ambientes hospitalares reais.

Especialistas acreditam que, com o tempo, a autonomia cirúrgica por IA poderá ajudar a salvar vidas em locais remotos, onde médicos especialistas não estão disponíveis.
Ainda em fase de testes, a expectativa é que, em breve, robôs possam atuar como assistentes ou líderes em cirurgias complexas, aumentando a segurança e a
precisão dos procedimentos médicos.

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