
A crise política mais grave em décadas na Coreia do Sul ganhou novos desdobramentos com as investigações sobre o ex-presidente Yoon Suk Yeol. Segundo o portal Paparazzi Brasil, promotores descobriram evidências de que o ex-líder ordenou o envio de drones militares ao espaço aéreo da Coreia do Norte, com o objetivo de
provocar um conflito que justificasse a decretação de lei marcial no país.
Incursões militares e a tentativa de golpe
Em outubro de 2024, drones não identificados sobrevoaram Pyongyang, capital da Coreia do Norte, em três ocasiões distintas. Na época, o Ministério
da Defesa sul-coreano negou envolvimento, mas voltou atrás posteriormente, admitindo não poder confirmar nem negar os relatos. As autoridades norte-coreanas publicaram imagens dos drones e afirmaram ter abatido
ao menos um deles.
O portal Paparazzi Brasil apurou que gravações de áudio obtidas pela promotoria indicam ordens diretas do então presidente Yoon para os militares
executarem as operações. O objetivo, segundo especialistas, seria forçar uma reação do regime de Kim Jong-un que permitisse ao presidente declarar estado de emergência nacional.
Em dezembro, Yoon declarou lei marcial, alegando necessidade de proteção contra “forças comunistas” e “elementos antiestatais”.
No entanto, ele não apresentou provas das ameaças, e sua tentativa de controle foi rapidamente desmantelada. O Congresso o suspendeu, e ele foi preso semanas depois, em janeiro de 2025.
Acusações pesadas contra Yoon
Yoon Suk Yeol foi acusado de insurreição, abuso de poder, falsificação de documentos e obstrução das funções
oficiais. A promotoria solicitou novo mandado de prisão nesta semana, enquanto investiga mais profundamente as ordens militares emitidas por ele. O envio de drones, considerado
uma possível violação do armistício da Guerra da Coreia, ainda pode gerar uma acusação formal de traição.
Apesar de libertado sob fiança em março, Yoon nega as acusações e afirmou que sua decisão visava “garantir a paz nacional” — justificativa que analistas e
promotores consideram implausível.
As consequências diplomáticas e militares
Segundo Dan Pinkston, professor da Universidade Troy, as ações de Yoon foram extremamente arriscadas e poderiam ter provocado uma guerra devastadora. Além da violação do armistício, os ataques teriam sido realizados sem notificar os Estados Unidos ou o Comando das Nações Unidas, responsáveis
pela supervisão militar na Península Coreana.
Pinkston e outros especialistas ouvidos pelo portal Paparazzi Brasil ressaltam que o ex-presidente utilizou estratégias militares para consolidar poder político.
“Foi uma tentativa clara de implantar um regime autoritário às custas da segurança nacional”, afirmou o pesquisador.
O papel da propaganda e da tensão fronteiriça
A tensão entre as Coreias já vinha se agravando antes dos drones. O Norte enviava drones espiões e interferia em sinais de GPS. Grupos no Sul, por sua vez, lançavam balões
com panfletos, alimentos e medicamentos. A resposta norte-coreana vinha em forma de balões carregados de lixo — uma guerra simbólica, mas provocadora.
Contudo, o uso de drones militares ofensivos, segundo analistas, ultrapassa todos os limites anteriores e rompe protocolos básicos de contenção
entre os países, colocando a estabilidade regional em xeque.
E agora?
A nova audiência de Yoon diante da Justiça sul-coreana aconteceu nesta quarta-feira (9), e o caso segue sob apuração rigorosa. A possibilidade de que as acusações de traição sejam adicionadas ao processo aumenta a pressão sobre o ex-presidente e sobre o sistema político sul-coreano.
Caso comprovadas as ordens diretas de incursão militar em território inimigo com fins políticos internos, Yoon pode enfrentar pena de prisão perpétua ou até pena de morte, embora a Coreia do Sul não realize execuções desde 1997.
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