
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se manifestar nas redes sociais em apoio a Jair Bolsonaro, criticando duramente a Justiça brasileira. Em nova publicação na Truth Social nesta terça-feira (8), Trump declarou que Bolsonaro deve ser "deixado em paz" e voltou a mencionar uma “caça às bruxas”, expressão que também usa para descrever suas próprias acusações nos EUA.
“Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. Caça às bruxas”, escreveu Trump, compartilhando também sua publicação anterior.
Contexto do apoio de Trump
Na segunda-feira (7), Trump já havia se pronunciado em defesa de Bolsonaro, alegando que ele está sendo perseguido politicamente. O republicano afirmou que o Brasil está fazendo “algo terrível” ao tratar o ex-presidente como réu. Segundo ele, Bolsonaro “não é culpado de nada”.
“O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente”, disse Trump, prometendo acompanhar o caso de perto.
Resposta do governo Lula
Em resposta, o Palácio do Planalto divulgou uma nota institucional reafirmando a soberania brasileira e rechaçando interferências externas. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o Brasil tem instituições sólidas e independentes, e que ninguém está acima da lei.
“Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja”, destacou Lula.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também criticou Trump:
“Ele deveria cuidar dos seus próprios problemas. Está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro.”
Bolsonaro fala em “perseguição”
Após as manifestações de Trump, Bolsonaro agradeceu o apoio:
“Recebi com alegria as palavras do ilustre presidente e amigo, que também foi implacavelmente perseguido nos Estados Unidos.”
Desde que foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro tem reforçado a narrativa de perseguição.
Ele responde a diversos processos e foi tornado réu por tentativa de golpe de Estado, em decisão unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro nos EUA
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, está morando nos Estados Unidos desde março, após se licenciar do mandato. De lá,
ele tem feito críticas ao STF e articulado com políticos americanos como Cory Mills, que chegou a propor punições ao ministro Alexandre de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga Eduardo por possíveis tentativas de influenciar o governo norte-americano a impor sanções contra autoridades brasileiras.
Processo por tentativa de golpe
Bolsonaro prestou depoimento no dia 10 de junho, negando envolvimento em qualquer plano golpista. Ele tentou minimizar reuniões com militares e reconheceu retórica agressiva contra o sistema eleitoral.
A ação penal segue no STF e já está na fase final de alegações finais. O relator Alexandre de Moraes determinou essa etapa
como preparatória para o julgamento.
Até o momento, 497 pessoas já foram condenadas pelo STF pelos atos golpistas de 2022, com crimes que vão de associação criminosa até abolição violenta do estado democrático de direito.
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